O impacto das inovações tecnológicas nas locações comerciais.

Sou operadora do mercado imobiliário, atuante na cidade de Salvador/BA, trabalho também com locações comerciais e nessas ida e vindas pelas avenidas, ruas, alamedas, me deparo com inúmeros pontos comerciais, lojas, galpões, e salas com placas de aluga, alguns empoeiradas e até mesmo apagada..

E como gosto de analisar o mercado, suas causas e consequências, venho me perguntando a algum tempo qual a motivação de tanto imóvel com potencial comercial está fechada, alguns há quase 5 anos ??  

Essa reflexão me fez mergulhar por assuntos os quais locadores não estão percebendo, por isso decidir escrever esse artigo.

Uma visão embaçada 

locações comerciais

No post anterior vimos que daqui a 10 anos não teremos uma geração nova, mas uma civilização nova, isso assusta alguns, e a princípio isso também aconteceu comigo, mas a geração baby boomers (nascido na década de 50/60) e a geração X (nascido na década 60/70), são hoje os principais donos de imóveis com perfil comercial, e por isso não compreende com tanta fluidez, a dimensão da tecnologia, e como isso está impactando os seus negócios imobiliários.

A disrupção não vem de uma hora para outra, ela aos poucos vem dando sinais, mas é necessário ter uma sensibilidade para percebe-la, porém como estamos passando por um fase única no nosso país, com a tal da “crise”, somado aos movimentos desordenados que próprio mercado gerou, acabou criando uma nuvem de fumaça e ficamos desorientados, ao modo que estamos apenas esperando as coisas voltarem ao que era..

Só que as coisas não vão voltar…

E é justamente essa falta de preparo, e expectativa de que o mercado funcione de modo “automático”, literalmente um tempo que ficou para trás..

Mas quem estiver atento, e após a leitura desse artigo você terá uma nova perspectiva! 

A evolução do espaço de trabalho

Escritório Workplace360 da CBRE: Madrid, Espanha

 Uma das principais mudanças é no ambiente de trabalho, cada vez mais estamos falando sobre bem-estar, experiência, agregação entre a vida pessoal e profissional, distribuição de espaços para torna-lo mais sociáveis e colaborativos.

Essa adaptação do ambiente de trabalho tem comprovado os seguintes resultados:

  • Atração de talentos;
  • Aumento da colaboração e produtividade;
  • Agilidade dos negócios;
  • Economia de custos.

Segundo uma pesquisa realizada pela CBRE Group, Inc. maior empresa de investimentos e serviços imobiliários comerciais do mundo, a qual admiro demais, reestruturou suas próprias sede/filias para medir o impacto do layout e modernidade, em benefícios para seu corpo de colaboradores, fornecedores, clientes, e um dado me chamou atenção..

93%
dos funcionários não desejam retornar ao ambiente de escritório tradicional

Isso automaticamente me fez lembrar uma reunião que tive entre 2014/2015 com um dos maiores investidores do Brasil no mercado imobiliário, onde apresentei opções de compra de terreno para seu projeto de condomínio logístico, e quando o convidei ao meu escritório, ele entrou e explanou: “uma salinha”.

Fiz umas contas na cabeça, tenho uma “salinha” no Centro Financeiro de Salvador, e no boom imobiliário, em um raio de 1km foram lançados 9 prédios comerciais, o que dá quase 70 mil metros quadrados adicionais, onde construtoras projetaram para seus novos proprietários uma renda de R$ 60,00/m² na locação, porém depois da euforia, hoje esse resultado para a maioria não chega a R$ 40,00 m². 

Novo Workplace

Hoje, os funcionários não querem entrar em uma sala “confinada”, de paredes brancas, com uma mesa e cadeira, hoje para se obter a produtividade necessária, é preciso desenvolver um ambiente desafiador, que tenha mais conexões com a filosofia da empresa, e aumento da produtividade.

Veja a capa em outubro de 2014 da Revista da Harvard Business Review:

Traduzindo: Por que odiamos nossos escritórios e como construir um local de trabalho que podemos amar

Se estivéssemos atentos, saberíamos dessa tendência, e que cada vez mais pessoas estão trabalhando em estilo de home-office, e procurando coworking.
 

 


A loja está “morta” ?

Não! Mas, precisa de adaptação para continuar VIVA!

Alugar um ponto comercial hoje, requer muito mais analise e experiência, pois a estrutura do varejo também mudou.

O comércio eletrônico irá obrigar as lojas a se transformarem. Centenas, principalmente nos Estados Unidos, fecharam nos últimos anos.

Vejo reflexo na minha cidade, na verdade nas capitais e principais centros urbanos, isso é totalmente perceptível. A pouco tempo atrás era preciso ter muitas unidades para estar perto do consumidor. Hoje, com a internet, isso não faz muito sentido.

Por isso é necessário criar novos papéis para os locais físicos!

Especialistas em marketing e varejo, podem te explicar com inúmeros dados sobre a nova jornada de compra do consumidor, novas formas de engajamento, compras por smartphone, operações sem fricção, e tantas outras.

Inovações Tecnológicas

Normalmente as locações comercias, tirando as salas, tem um prazo locatício médio de 10 anos, e nesse período está previsto segundo profissionais na área, que a tecnologia passe por duas ou três vezes por mudanças significativas.

Ou seja, o mercado imobiliário não tem a capacidade de acompanhar os avanços tecnológicos.

Quem está realizando as perguntas abaixo, para analisar o impacto nas locações comerciais, e assim traçar a melhor tomada de decisão?

  • Qual será o papel do escritório no futuro?
  • E quando computador (desktop) ou até mesmo laptop deixar de existir? 
  • Como a nuvem irá afetar os modelos de negócios?
  • Qual impacto da internet das coisas para a estrutura comercial?

Venho estudando esses assuntos justamente para melhor assessorar meus clientes nas suas locações comerciais.

Parceria Locador e Locatário

As locações comerciais cada vez mais terão que ser tratadas como um modelo de parceria, e isso já estamos batendo na tecla há anos, é o que o Tiago Maia chama de Contratos Inteligentes, será necessário a união entre locador e locatário para ambos terem sucesso no negócio.

É enraizado na nossa cultura que o locador, antigamente chamado de senhorio, ditasse as regras na locação, e o inquilino apenas obedece-lo, mas essa postura tem que mudar, ou então os proprietários de imóveis dia após dia consolidarão prejuízos irreparáveis.

Certa vez atendi um empresário no ramo de essências, e ele me perguntou sobre um ponto comercial que tinha intenção de locar, quando soube o preço, disparou: “Daihane, só consigo fechar as contas quando a maconha for legalizada.”

Só tenho uma coisa para informa-los a estes locadores:

Quando você não otimiza o PREÇO está jogando fora a matemática!

O Administrador de Locações Comerciais

O administrador de locações comerciais deverá ser muito bem informado, saber interpretar dados, e desacostumar em pregar uma placa na fachada do imóvel e esperar os clientes, a fase da locação passiva passou!

É necessário que esse profissional domine os aspectos técnicos relacionados à operação e à manutenção do imóvel locado, além de conhecimentos de administração, finanças e gestão de pessoas.

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Outros mercados

Muito teríamos ainda para falar sobre as locações comerciais, como os galpões, CDD’S (Centros de Distribuição), e outras formas de contratação como o Built to Suit, porém meu enfoque foi tratar sobre a maioria dos imóveis que tem essa veia comercial.

Os proprietários, assim como nós profissionais, precisamos enxergar que é necessário sair da perspectiva do passado e entrar em outra mentalidade, e que, estejamos abertos a compreender os novos números e métodos para auferir resultados nos imóveis.

Conte conosco para que você aumente a sua visão e colha novos frutos.

Até a próxima!

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